Fundação Cultural Casa Lygia Bojunga

Fundação Cultural Casa Lygia Bojunga
Un Novo Nicho pra Santa

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Casa: editora, morada, espaço cultural


Casa: editora, morada, espaço cultural

                                                 Rachel Facó

Visitar a Casa Lygia Bojunga é se deparar com o processo de criação da autora.
É esbarrar no “seu pessoal”, nos moradores da casa: os personagens.
É bater o olho no seu jeito de ver a vida: derrubar parede pra nascer caminho, abrir espaço pra criação.
É passear pela sua simplicidade cheia de significado, cheia de riqueza.
É conhecer um nicho do Rio: Santa Tereza.
É entender tudo-junto-misturado, feito nasceu pra acontecer ao mesmo tempo, a obra e a autora.


foto: arquivo pessoal, Casa Lygia Bojunga

Um caminho feito à mão


Um caminho feito à mão

Rachel Facó

Como a gente descobre que uma coisa é feita à mão? Reparando nos detalhes. Foi de tanto notar que a autora se mete em tudo que faz, que cismei que tudo que ela faz sai assim: feito ela.
  • Os livros da Casa têm uma linha editoral comum, são numerados (únicos), têm diversas interferências da autora (capitulares, assinatura, escolhas pessoais – imagens, gravuras etc), carta pro leitor e a divulgação, quando acontece, é através de um “projeto feito a três (eus): escritora, atriz e andarilha”: as mambembadas.
  • Tudo começa pela mão, o lápis e o papel. O próprio processo da escrita é artesanal, nasce num caderno antes de ir parar em livro.
  • A linguagem adotada pela autora também parece feita à mão: feito a gente ouve no dia-a-dia, feito que aproxima prum papo.


foto: arquivo pessoal, casa Lygia Bojunga

Retrato de uma artesã



“a palavra no papel, a linha no pano, a lã na tela”
Feito à Mão, Lygia Bojunga

Retrato de uma artesã

               Rachel Facó

A autora Lygia Bojunga possui uma obra do seu tamanho: modesta e literariamente rica. São atualmente 22 livros publicados para crianças, jovens e adultos. A autora foi a primeira, fora do eixo Europa-Estados Unidos, em 1982, a ganhar pelo conjunto da obra – na época, com seis livros publicados – o prêmio Hans Christian Andersen - IBBY e, em 2004, foi consagrada com o prêmio ALMA – Astrid Lindgren Memorial Award, a maior premiação concedida até hoje à literatura para crianças e jovens. Detentora também de diversos prêmios nacionais, como o Prêmio Jabuti (1973, “Os colegas” e 1983, “Seis vezes Lucas”) e mais de uma dezena de prêmios conferidos pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ, a autora é referência literária reconhecida.
Em 1999, três anos após a publicação da 1ª edição do “Feito à Mão”, onde o seu eu-artesão deu vida a um livro – da arte de lavrar as palavras, a confecção dos papéis, passando pela encadernação e à entrega, em mãos, dos seus 120 exemplares em uma apresentação teatral – Lygia reluta, mas lança uma edição nos moldes tradicionais: a publicação em escala industrial e distribuição comercial do livro feito à mão. Com ele nasce a “obra” dentro da obra: uma carta de 45 páginas, em um livro de 140, dirigida aos seus leitores – inicialmente, uma maneira de compartilhar e dar vida à textura e às tessituras da edição original do “Feito à Mão”. Com sua linguagem coloquial – marca de todos os seus textos – a autora estabelece uma ponte, uma conexão além do livro, com seus leitores. A verossimilhança de sua narrativa ganha um novo espaço de expressão, a carta nomeada pela autora: o “Pra você que me lê”.
Movida pelo desejo de estreitar a sua relação com o livro, Lygia Bojunga inaugura uma Casa Editorial, em 2002, para todos os seus personagens. Com o livro “Retratos de Carolina”, a editora recebe o seu primeiro “morador” e a autora amplia sua relação com o leitor: mistura-se à personagem e passa a “revelar” o seu processo criativo. O “Pra você que me lê”, que nasceu no livro “Feito à Mão” (Ed. Agir), ganha corpo com a editora e firma-se como um espaço autêntico, de conversa com o leitor. É a autora-artesã abrindo não somente uma editora, mas um canal de interação com o seu leitor à moda antiga. Sem bits e bytes. Feito à mão, papel e tinta.

foto: arquivo pessoal, casa Lygia Bojunga

ENCONTROS LITERÁRIOS EM SANTA TERESA 2011 2012


- Encontros Literários de tarde: 15 dezembro, 15h/17h30, leitura e bate-papo sobre a obra Corda bamba
Em 2012: 09 de fevereiro, 15h/17h30, leitura e bate-papo sobre a obra Corda bamba

- Encontros Literários de noite: 15 dezembro, 19h/21h, leitura e bate-papo sobre a obra Corda bamba
Em 2012: 09 de fevereiro, 19h/21h, leitura e bate-papo sobre a obra Corda bamba


Participe: ninfaparreiras@gmail.com


Foto: arquivo pessoal, imagem da Casa LB

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Casa Lygia Bojunga na Paixão de Ler 2011


CASA LYGIA BOJUNGA NA CAMPANHA PAIXÃO DE LER 2011:
Crônicas do Rio

A Casa Lygia Bojunga vai participar da Campanha Paixão de Ler 2011 (da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro), com os Encontros Literários
Dia: 10 de novembro, quinta-feira, das 16h às 17h30
Haverá leituras de textos de Lygia Bojunga das obras:
O Rio e eu e Paisagem

Reserve o seu lugar: ninfaparreiras@gmail.com
foto: arquivo pessoal, imagem da Casa LB

Programação Encontros Literários Novembro 2011

PROGRAMAÇÃO NOVEMBRO 2011:

- Encontros Literários de tarde: 1O novembro, 15h/17h30, leitura e bate-papo sobre a obra Paisagem 

- Encontros Literários de noite: 17 novembro, 19h/21h, leitura e bate-papo sobre a obra Tchau


Participe: ninfaparreiras@gmail.com


Foto: arquivo pessoal, imagem da Casa LB

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Programação Encontros Literários Outubro 2011

PROGRAMAÇÃO OUTUBRO 2011:

- Encontros Literários de tarde: 13 outubro, 15h30/17h30, leitura e bate-papo sobre as obras Fazendo Ana Paz e Paisagem 

- Encontros Literários de noite: 13 outubro, 19h/21h, leitura e bate-papo sobre as obras  A casa da madrinha e Tchau


Participe: ninfaparreiras@gmail.com


Foto: arquivo pessoal, Varanda da Casa LB



A obra de Lygia Bojunga no Circuito Jovem de Leitura


A OBRA DE LYGIA Bojunga no Circuito Jovem de Leitura Outubro 2011

Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro
Biblioteca Popular de Irajá
Dia: 20 outubro às 10h
Leituras de contos e bate-papo sobre a obra de Lygia Bojunga
Com: Tatiana Kauss e Vania Salek (pesquisadoras da Letra Falante e autoras de ensaios sobre literatura infantil)

Foto: arquivo pessoal, retalhos e bordados Casa LB, 2011

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sempre um convite

Sempre um convite

Ana Cristina Melo

A literatura de Lygia Bojunga funciona para mim como um convite que, desde o primeiro contato que tive com sua prosa fluente e mágica, eu aceitei. Chego a esta festa iluminada e cheia de convidados e, logo na entrada, sua linguagem cheia de oralidade, como quem senta à varanda no final da tarde para prosear, me intima a ficar à vontade, a participar das entranhas do seu texto; mais do que isso, do seu processo criativo. Passo horas envolvida com histórias que despertam sorrisos, lágrimas, silêncios. Às vezes tocam feridas, ou refletem as feridas dos que estão à minha volta. Mas tudo parece extremamente confortável e seguro, pois ela nos guia com mãos firmes, de quem sabe o que faz. Ao final, quando as luzes se apagam, a festa finda, minha mente não é mais a mesma. Ela está embebida da complexidade dos temas que Lygia aborda, anestesiada da energia que repousa nas entrelinhas. Fechada a história, anseio a seção “Pra você que me lê”, onde fico mais íntima, onde sento e escuto sua voz, vejo os bastidores dos tecidos que ela vai cerzindo com todo cuidado. Um lugar onde, inevitavelmente, olho pra trás e lamento a festa ter sido tão breve.
Termino de reler Fazendo Ana Paz e me sinto assim, eufórica, modificada. Já havíamos marcado esse encontro em 2006, quando li o livro pela primeira vez. Mas agora as linhas parecem novas, carregadas de significados diferentes. Um novo livro escrito com a cumplicidade da nova pessoa que eu sou, de alguém que se modificou com o tempo. Recolho pelo caminho dessa leitura a generosidade de Lygia em dividir conosco o momento especial de sua criação. Suas artes, escritas e reescritas; seu fazer e desfazer; seu dom de transformar a palavra em vida. Ana Paz que o diga.
Por isso, a você que me lê, estendo esse convite que recebi lá atrás, quando abri, pela primeira vez, uma página de Lygia Bojunga. 

foto: tapeçarias criadas por Maria Teresa Nascimento Brito

domingo, 18 de setembro de 2011

Cuentos infantiles brasileños


foto: arquivo pessoal, Salón Dorado, Museu de Arte Costarricence, San José, Costa Rica, 2011

Cuentos Infantiles Brasileños, compilados por Glória Valladares Grangeiro & Ninfa Parreiras
Obra lançada em San José, na Costa Rica, em 07 de setembro de 2011
Abaixo, as palavras de Glória Valladares Grangeiro, no lançamento, que leu também a mensagem El intercambio, de Lygia Bojunga:

Buenas noches,
Estamos muy contentas de estar acá en San José, en esa oportunidad del lanzamiento de la coletanea Cuentos Infantiles Brasileños.
Este fue un trabajo conjunto. Vivo en el norte de Brasil, en Porto Velho, y mi amiga, Ninfa Parreiras, en Río de Janeiro. O sea, hicimos el trabajo con desplazamientos en el tiempo y en el espacio.
El resultado son dos mensajes; veinticuatro cuentos; veintiséis autores de las cinco regiones brasileñas (Norte, Noreste, Sur, Sureste y Centroeste); cinco décadas de literatura para niños: de los años sesenta a los días de hoy.
En 1920 (mil novecientos veinte) fue publicado el primer libro para niños en Brasil, por Monteiro Lobato. Este libro se llamó "A Menina do Narizinho Arrebitado", o "Naricita".
Eso representó un marco en nuestro país. A partir de ahí todo cambió en la literatura para niños: el lenguaje, los contenidos, la fantasía, las ilustraciones. Hoy día el libro para niños en Brasil trae el placer, el juego y la imaginación a los lectores.
Leeré ahora el mensaje de la autora Lygia Bojunga, la primera escritora latinoamericana a recibir el gran premio internacional Hans Christian Andersen de la Literatura Infantil, el año 1982.
La lectura de este mensaje les hará sentir la pasión de una niña lectora, la pasión de esta gran autora brasileña.

El intercambio
                                      Lygia Bojunga
"Para mí, los libros son vida. Desde que estaba muy pequeña los libros me dieron casa y comida.
Así pasó: yo jugaba a ser constructora y el libro era el ladrillo. De pie, era la pared, acostado, era el escalón, inclinado, recostaba uno en el otro y hacía un tejado.
Y cuando la casita estaba lista, me metía apretada allá adentro para jugar a que vivía en un libro.
De casa en casa fui descubriendo el mundo (de tanto mirar las paredes). Primero, mirando las imágenes, después, descifrando las palabras.
Crecí y empecé a derribar los tejados con la cabeza.
Pero fui agarrándoles intimidad a las palabras. Y cuanto más íntimas nos volvíamos, menos me acordaba de arreglar el tejado o de construir nuevas casas. Sólo por causa de una razón: el libro ahora alimentaba mi imaginación.
Todos los días mi imaginación comía, comía y comía; y así, con la panza llenísima, me llevaba a vivir en todo el mundo: un iglú, una cabaña, un palacio, un rascacielos. Bastaba escoger y el libro me lo daba.
Fue así que, despacito, me acostumbré con ese intercambio tan maravilloso que (a como yo lo veo) es el intercambio de la propia vida. Cuanto más buscaba en el libro, más él me daba.
Pero como tenemos manía de querer siempre más, un día se me ocurrió aumentar el intercambio: empecé a fabricar ladrillos para que, en algún lugar, un niño los junte con otros y construya la casa en la que va a vivir."

Muchas gracias a la Embajada de Brasil que ha logrado hacer esta publicación para el público costarricense.
Muchas gracias a todos acá presentes.
                                  Gloria Valladares Grangeiro

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Lygia Bojunga

Lygia Bojunga

Vera Abrantes


Desde que fui apresentada aos livros de Lygia Bojunga, me encontrei com temas até então “assustadores” (pra mim e – certamente – pra muitas outras pessoas), tais como: morte, abandono, estupro, assassinatos... Percebi que essas abordagens são muito mais metafóricas/figuradas do que, propriamente uma denúncia ou exploração de assuntos tão polêmicos.
Pode-se apreciar na literatura de Lygia o quanto o estilo literário se sobrepõe a qualquer ideia pejorativa que poderia surgir.
Enfim, os livros da Lygia se constituem em literatura para diversificados tipos de leitores e para todas as faixas etárias, uma vez que abrangem esperança e sofrimento, sonho e realidade e, mesmo tratando de assuntos tão controversos, ela o faz de forma envolvente, sem agressividade e preconceitos.


Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2011.

foto: bordado de Maria Izabel Cetto Sampaio

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Programação Setembro 2011

PROGRAMAÇÃO SETEMBRO 2011:

- Encontros Literários de tarde: dia 15 setembro, 15h30/17h30, leitura e bate-papo sobre a obra Fazendo Ana Paz
- Encontros Literários de noite: dia 15 setembro, 19h/21h, leitura e bate-papo sobre as obras Feito à mão e A casa da madrinha

Participe: ninfaparreiras@gmail.com  
Foto: Entrada da Casa

"Pra mim, livro é vida..."

"Pra mim, livro é vida..." (Lygia Bojunga)
A partir da mensagem, A troca, de Lygia Bojunga, Maria Izabel Cetto Sampaio bordou um painel que faz parte agora de Um novo nicho pra Santa
Para conhecer a mensagem, feita para o Dia Internacional do Livro Infantil - DILI, do International Board on Books for Young People - IBBY, consulte a obra: Livro: um encontro, de Lygia Bojunga
Para conhecer Um novo nicho pra Santa, agende a sua visita (ninfaparreiras@gmail.com )

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Programação Agosto 2011

PROGRAMAÇÃO AGOSTO 2011:
- Encontros Literários de tarde: dia 18 agosto, 15h30/17h30, leitura e bate-papo sobre a obra Nós Três
- Encontros Literários de noite: dia 18 agosto, 19h/21h, leitura e bate-papo sobre as obras Feito à mão e A casa da madrinha
Participe: ninfaparreiras@gmail.com 
Foto: Jardim da Casa